confea - nova sede

*3º lugar em concurso público nacional de arquitetura



arquitetura

ilha
(arthur santos de andrade, miguel bittencourt mincache, pedro de borba flores)
bittencourt + mincache (josé angelo casagrande mincache)
mateus oliveira
matheus porto


estado | concurso
projeto | 2025
local | brasília, df


desenhos


memorial descritivo

O projeto propõe a ampliação da sede do Confea como continuidade crítica do edifício original de Pedro Paulo de Melo Saraiva, não por mimetismo formal, mas como extrusão conceitual de sua lógica estrutural e espacial. A nova edificação reinscreve princípios fundantes — estrutura, modularidade e materialidade — em gesto oposto e complementar: se o original articula leveza e permeabilidade, o novo volume afirma densidade tectônica, tornando a estrutura protagonista.

Organizado em seis módulos marcados por contrafortes de concreto perimetrais, o edifício apoia vigas metálicas e lajes em madeira laminada colada, liberando grandes vãos internos. As fachadas longitudinais concentram apoios e elementos técnicos, ganhando espessura e presença urbana, suavizadas por brises de vidro fotovoltaico que atuam como sombreamento, controle térmico e filtro luminoso, associando desempenho energético e expressão arquitetônica.

O térreo é reimaginado como espaço de transição e mediação, conectando as vias W3 e W2, permeável à cidade e integrado à circulação do Confea. No coração do edifício, um vazio de pé-direito integral conecta todos os pavimentos, funcionando como filtro e vitrine da vida institucional. Voltada para o edifício existente, a fachada sul se abre completamente, reforçando a função do novo volume como elo entre quem trabalha, frequenta e vive a cidade.

O auditório, contíguo ao foyer, projeta-se como palco de vocação dupla — voltado ao interior institucional e, quando desejado, aberto à cidade, configurando-se como arena democrática em escala arquitetônica. Entre os programas estratégicos, o Confea X, núcleo de inovação e pesquisa, ocupa posição privilegiada, operando como laboratório vivo da engenharia e agronomia brasileiras, concebido com transparência, flexibilidade e conectividade.

A materialidade combina concreto, vidro, estrutura metálica e madeira laminada colada, equilibrando massa e leveza, opacidade e transparência, técnica e poética. Na cobertura, volumes livres para uso público evocam o tratamento comumente dado a terraços por Lúcio Costa, atuando como elementos escultóricos que equilibram o peso da base com a leveza e o diálogo aberto com o céu.

O conjunto reafirma o papel do Confea como instituição que projeta no espaço e no tempo a permanência de seus valores: clareza, abertura, rigor técnico e compromisso com a sociedade.

O desenho do novo edifício busca não apenas abrigar funções, mas encenar a engenharia como prática cultural, capaz de sustentar a cidade e dialogar com ela em todos os níveis — do térreo permeável ao horizonte livre da cobertura.